Decidi que irei esquecer-te, consequentemente irei submeter-me a ser tudo menos. Menos palavras, abraço, escrita, sentimentos, lágrimas, dores, palpitação, acelerações, sorrisos e etc. Serei a cópia viva do ‘nada’ e isso vem me incomodando muito, e satisfazendo minhas expectativas também. Minha vez de ser o iceberg, minha vez de cuidar do meu próprio coração, da vida que você teve nas mãos e jogou ao chão, surrou e pisoteou. Mantive-me calado, e quando ousei a dizer nada de mim tu quiseres ouviu, então hoje o silêncio faz parte de mim, aprenda a olhar nos meus olhos mesmo que já seja tarde demais procure aprender. Hoje ao amanhecer sentei-me na cadeira e apoiei-me na mesa, avistei uma canela e uma folha um pouco amassada, e eis que estou a escrever sobre você, e eu comecei com “Ele” aquilo me deixou imensamente irritado, como depois de tudo tu continuaras sendo a pessoa de minha vida, o protagonista de meus contos de um amor desgovernado. Desgovernado, palavra certa para mim, estou dirigindo um carro desgovernado e sem freio por uma estrada sem fim, em caminho sem chegada, é como um filme de terror desses que não nos metem medo, mas que queremos ver o final. E qual é o final? Um desfecho triste e comovente, engraçado, ou a mocinha vence teus medos. Não sei ao certo, odeio o certo, odeio palavras certas, pessoas certas, amores certos, talvez esse seja o fato de apaixonar-me loucamente por ti, ou eu sou apenas uma esquizofrênica que se diverte em se machucar com as navalhas que a vida me oferece. Afinal machucar-se é tão mais fácil, não precisa pedir, suplicar, implorar, a vida simplesmente lhe entrega de bandeja, e você simplesmente tende a saborear o gosto amargo e a base áspera descendo pela garganta, mas você engole, calado, e os gritos para onde foram? Foram escondidos pelo medo, medo de parecer um louco, medo de julgarem-te, medo, absurdo e singelo medo. Vivo em constante encenação de uma comédia baseada em terror, e todos riem de mim, mas tudo que queria era viver um romance, desses arrebatadores e emocionantes, que lhe fazem chorar, lágrimas de surpresa não de dor. Não sou nada, apenas um figurante da vida real. Sou pouco, afinal roubas-te tudo que restava em mim.
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